sábado, 5 de novembro de 2011

Muitas caras de alguns caras

Desço por essas ruas frias e quase escuras, mesmo a luz do dia, todos os dias. Meu olhar cruza com outros olhares a caminho de qualquer lugar. Também vejo da minha janela um vai e vem de pessoas que não sabem daonde vieram nem para onde vão.
Encontro-me em esquinas silenciosas de uma uma cidade que não buzina.
Pertenço a uma cividade quase mecanica.
As pessoas não sorriem.
Qual é a graça de São Paulo, então. Me perguntarão.
É o que escondemos atras desses rostos livres de expressão.
É o momento exato de quando penetramos o lugar seguro do outro individuo. As vezes isso acontece e termina em menos de quatro horas.
Transei nesse ultimo mês com o Claudio, o Mauro, dois Rafaeis e o Angelo. Lindinho esse Angelo.
Eu quero mais é continuar chegando em casa as nove da noite. Tomar um banho, fumar um baseado, bobear na internet e me trocar pra sair. Quero encontrar meus amigos e pedir uma bebida, duas três, quatro, quero dançar as musicas que estão tocando. Quero sair quando me der vontade para o frio da madrugada paulistana, e abraçados cantar com o Edu e o Leo, alguma música antiga no silêncio da madrugada.
Esse é o meu mundo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Arte por arte



Eu estou descobrindo São Paulo, na mesma medida em que estou me conhecendo.
Eu consegui o emprego no spstyle.com. Quem me indicou foi a amiga da Helen, nossa vizinha, lembra? A Helen é uma prostituta muito prestativa.
Eu escrevo sobre moda no site da Erika G., uma jornalista de cultura bombada nos anos noventa. Adoro meu emprego (e ele fica a quatro quadras de casa).
Disse que mudei? Não?
Mudei em Janeiro. Aluguei um apartamento de um quarto na Rua Augusta. Agora sou vizinho dos dois. Leo e Edu.
Se esqueci o Antônio? Não sei te responder.
Acho que até esqueci, mas sou daquele tipo de pessoa que só considera oficialmente terminado quando é substituido. E isso ainda não aconteceu.
Tenho uma vida social quase excessiva e posso dizer que até um pouco conturbada e controversa. No site, fazemos a cobertura de shows, desfiles, festas e eventos culturais. Além disso, estou sempre com o Leo e o Edu, dando uma voltinha por ai.
Mas todo mundo é meio igual, é tudo meio cinza, as vezes. Meio between pleasure and pain.
O sentido estético das coisas vale mais do que qualquer credo moral.
Eu gosto disso. Mas não sei até aonde essa arte por arte pode chegar.
Ass: Um Nando pós-festinha de quinta. PODRE. querendo ir pra casa o mais rapido possivel pra ouvir Frank Sinatra e chorar.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ontem a tarde (era feriado) o Leonardo conheceu no elevador uma vizinha nova do andar de cima. Eu já até tinha cruzado com ela e a amiga dela (com a qual ela divide apartamento), muito comunicativo (hahaha) o Leo trouxe ela aqui em casa pra fumar um beck com a gente. Fiz umas margueritas pra pensarmos em voz alta (como dizia minha avó alcolatra de Olimpia) e na conversa ela citou que fez moda, trampa em um site de moda e comportamento. Eu falei que era jornalista e que tava super precisando de um trampo. Ela ficou de me indicar lá na redação.

Vamos torcer.


FILTER FREE

Transei com outra pessoa depois de muito tempo. Fui fiel pelo tempo que fique com o M.A., realmente não sei o que ganhei com isso, tampouco sei se perdi algo. Foi gostoso, mas ele é realmente um Mané, depois de muito alcool, cigarros e um pouco de pó, ele veio com um papo super manso.. hahaha
Acabei no flat dele lá na Bela Cintra. Ele é definitivamente muito mais habilidoso com as mãos e lingua do que meu ex-namorado, mas o sexo foi meio mecânico. Muito gemido, meio posado. Assim que acordei, ele já tinha feito o café da manhã, estava de terno e pronto pra sair, eu me vesti o mais rápido que pude, enguli um suco de laranja e me mandei, subi pela Frei Caneca, pensando na vida. Ele realmente mandou muito bem. Mas sei lá, não tava muito preocupado em definir o que tinha sido e nem o que ia ser, se tinha alguma possibilidade de ser algo, de virar algo.
Comprei um sorvete na padaria e fui andar na Paulista.
Acendi um cigarro.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Festa

Ontem resolvemos sair mesmo, o Edu passou aqui com uma garrafa de vodka e começamaos a mata-la falando sobre nossos problemas do coração.
O Edu é o tipo de cara que simpatiza pelo casamento, filhos, uma casa com gramado sem portão e um carro tipo família, apesar disso, não esquece de matar a vontade de nada. Ele tem vinte e quatro anos, filho único e um coração do tamanho do mundo, da pra ver pelos seus enormes olhos castanhos. Ele explicou por cima que os pais dele são diplomatas e não moram no Brasil. Sobre o Leo, eu falo depois, difícil resumi-lo em poucas linhas.
Depois de uma garrafa de vodka e algumas doses de tequila o Leo extendeu três fileiras de cocaína na capa de um CD da Björk e me deu, disse pra eu fazer as honras da casa; já tinha cheirado uma vez, mas lembro que não amei. Mesmo assim mandei a linha inteira pra dentro e passei o CD para o Edu. Chegamos no bar por volta das três da manhã e eu já estava bem louco, sem condição de tomar decisões sabias e bem pensadas.
O Leo me apresentou pra uma série de amigos deles e o Edu parou pra conversar com um em especial, passou a noite toda conversando com ele no final das contas.
Dancei muito anos oitenta, bebi um pouco mais, e esporadicamente fui ao banheiro retocar o efeito do pó. Lá pelas tantas sai pra fumar um cigarro (não se fuma mais dentro de estabelecimento nenhum em toda a São Paulo) e na calçada, conheci um cara que era amigo de um amigo do Edu: o Manuel, vulgo Mané.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

JUMP

Chove fino aqui em São Paulo. Estou esperando o Leo chegar e ver o que vamos jantar, ele me prometeu alguns drinks em algum bar depois... só pra comemorar minha chegada. Daqui da janela do meu mais novo quarto eu consigo ver as pessoas indo e vindo. Será que ela tem noção daonde estão vindo e pra onde vão? Eu não.

Será que é possíver ser feliz sozinho?

Os contos de fadas e todas as histórias de amor nos fazem crer que existe alguém por ai, a nos esperar, alguém tão perfeito e tão cabível pra gente que poderiamos até chamar tal pessoa de "alma gêmea".

Não sei se acredito nesse conceito no final das contas. Quem sabe?

O Leonardo acabou de chegar, vou ver qual a boa de hoje.
A boa é pular sem abrir o para quedas.